INTRODUÇÃO
“Quem não vem pela dor vem pelo amor”.
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Para quem nunca teve o cuidado de pesquisar, a “máxima” acima pode parecer um trecho imaculado e sagrado da Bíblia, ou do espiritismo, da Torah, Alcorão, Upanishads, Talmud, ou de qualquer outro livro tido como sagrado ou ainda de um grande filósofo da humanidade.
Ocorre que não passa de um ditado popular inspirado por algum eterno sofredor que buscava algum tipo de caminho e deve ter passado horrores e por isso desistiu da felicidade como caminho único, abrindo a bocarra para soltar coisas do gênero num espasmo de frustração.
Esse tipo de frase mundialmente conhecida acaba se tornando uma espécie de lema nos lábios de muitos tipos tidos como esclarecidos e que propagam um “conhecimento” estranho e adulterado, semeando, implantando sugestões mentais na cabeça dos menos avisados que compram ledamente esse tipo de engano e o multiplicam como se verdade fosse.
Queremos com esse estudo, desmistificar esse “ditado” e semear uma nova ideia: ALEGRIA, independentemente de qualquer coisa.
A dor e o sofrimento não têm o condão de trazer a consciência. Somente do amor, da alegria, pode-se advir uma consciência plena. Se há dor, ainda não há consciência. Sofre-se por algo que se desconhece. Esse gênero de sofrer não conduz a nada, tendo em conta que quem sofre por ignorância sequer sabe que não sabe e, por tal, continua a sofrer. A ignorância é o sofrer. A sabedoria libertadora da alegria conduz 1º à liberdade e, 2º à consciência – ou vice-versa.
O conhecimento, o saber, liberta; enquanto não se sabe que se pode evoluir sem dor e sem sofrimento, com alegria em espírito e em corpo físico, o ser humano continua preso na ignorância da dor.
Essa consciência, esse conhecimento se alcança sozinho através da busca pessoal, voluntária, mas também pode ser conseguida através de ajuda, todavia, em ambos os casos, necessário é estar atento, querer e buscar.
Os implantes de dor e sofrimento que se encontram atuantes na humanidade desde tempos antediluvianos, geram no indivíduo fortes comoções, dentre elas a culpa por ser um erro vivo, pelo cometimento de uma falta dentro dos parâmetros éticos e morais vigentes e a necessidade inerente de purgá-la através dos martírios e atos de contrições a fim de se alcançar uma paz prometida e com ela a liberdade. Como somos de natureza dada a evoluir, evidentemente possuímos falhas e estas, atreladas aos implantes em questão de sugestões mentais, culminam na condução da pessoa a um círculo vicioso de dor e sofrimento inacabáveis em prol de uma felicidade que nunca se permite alcançar. Ser feliz seria um pecado.
Um ser que se permite estar feliz, mas não está ciente dessas artimanhas, está fadado a cedo ou tarde também cair na teia ardilosa e grudenta da dor e do sofrimento, pois o fato de não saber delas, não implica diretamente que as mesmas não atuem por força holopensênica, uma egrégora psíquica, um campo mental de costumes dogmáticos disseminados no globo planetário, tal como o bater involuntário do coração.
Ter consciência desse cenário doído e não permitir que ele atue, não é colocar-se indiferente ao mesmo, mas ter percepção plena do todo no projeto de escape planetário.
Aqui introduzimos a questão maior desse conjunto de argumentos: Poderíamos então nos indagar se não seria, de fato, a dor e o sofrimento efetivamente a mola impulsionadora desse despertar consciencial? Mas, em assim atuando, não estaríamos também excluindo o AMOR a MISERICÓRDIA da fórmula máxima (É possível avançar através do amor)?
Por mão da dor e do sofrimento só se desperta se se despertar também a chama do inconformismo que revoluciona e assim se rompe a influência do implante de sugestão – para o caso específico.
Afinal, de onde vem a dor e o sofrimento? Quem a gera? Como sabemos sofrer? A resignação apática não alavanca ninguém, mesmo no mais profundo e mortal sofrer.
E, por outro lado, como saber estar plenos, felizes, evoluídos ou necessitados de evolução? Se não há comparações (eis que nossos mestres e gurus também envelhecem adoecem e morrem - e muitas vezes em total miséria) e possibilidades, desconheceríamos outras portas melhores (ou piores) para tal ou qual realização. Somente assim pode haver o livre arbítrio da ESCOLHA, da OPÇÃO voluntária. Resta saber as consequências dessa escolha; se me é subjetivamente agradável ou não, para ser ou não agradável para o coletivo dentro de suas particularidades coletivas.